segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Como Falar Como a Bíblia — Vincent Cheung

Os escritores da Bíblia são diferentes dos cristãos que se consideram habilidosos em teologia. Os cristãos se obcecam com várias doutrinas e então esperam que todo sermão, todo livro, toda conversa e até mesmo todo trecho bíblico fale exatamente como eles pensam, usando as expressões estreitas que usam.

Isso é muito comum entre os calvinistas. Ninguém ensina uma doutrina mais extrema de soberania divina do que eu, pois afirmo que é absoluta. Assim, alguém só pode ensiná-la igualmente forte, mas não mais forte. Dito isso, eu falo livremente sobre as decisões e responsabilidades do homem, assim como os escritores da Bíblia, com a soberania de Deus sempre presumida, mas nem sempre mencionada. Não vejo problema em dizer às pessoas para "escolherem" Cristo. A Bíblia diz: "Escolhei hoje a quem sirvais." Mas a soberania de Deus é a explicação para por que as pessoas escolhem o que escolhem. Então, quando este é o tópico da discussão, Cristo disse: "Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós."

Não vejo problema em pregar às pessoas: "Creiam em Jesus Cristo e salvem-se do inferno." Pedro disse: "Salvai-vos desta geração perversa." Não vejo problema em dizer que a doença vem do diabo, até mesmo dizendo que "não vem de Deus". A Bíblia diz que Jesus curou todos os oprimidos pelo diabo. E Deus disse a Israel: "Certamente conspirarão contra ti, mas não por mim." A soberania de Deus é sempre presumida, mas há liberdade na expressão quando não estamos falando de metafísica, mas sim de nossa interação regular com a criação.

Os cristãos são muito amadores na teologia quando se obcecam com as poucas ideias e termos que suas tradições enfatizam, ao ponto de nem mesmo a Bíblia ser suficientemente bíblica para eles. A Bíblia não vê necessidade de obedecer ao nosso jargão técnico. Eu também não. Uma vez usei a palavra "condição" em uma discussão sobre fé, e alguns calvinistas imediatamente a pegaram e disseram: "Vincent Cheung diz que a fé é uma condição para a salvação!" Falso calvinismo! Impostor arminiano! Para eles, a palavra só pode significar pré-requisito. Mas eu não sou calvinista, não sou Reformado. Também não sou idiota. Não preciso seguir suas regras estúpidas. Não, eu quis dizer condição como "estado de coisas". Então, a palavra quase carrega o significado de "qualquer coisa". Assim, eu estava dizendo: "Tudo o que está no cristão vem de Deus em primeiro lugar." Mas eles nem mesmo entenderam algo simples assim. Quando as pessoas se tornam fanáticas por uma tradição ou uma doutrina particular, tornam-se teológica e religiosamente estúpidas. Intelectualmente prejudicadas. É uma disfunção psicológica, uma fortaleza mental.

O mesmo se aplica a outras doutrinas, como o destino dos descrentes. Termos como "destruição" e "morte" são apenas maneiras que a Bíblia usa para se referir à punição que Deus aplicará aos réprobos. Você não pode usar esses termos para provar o aniquilacionismo, assim como não pode provar o arminianismo com passagens bíblicas que nos dizem para escolher e nos salvar. Não há desculpa para isso. Mesmo em nossa fala comum, "destruição" não costuma significar "desintegração total de cada parte" ou "remover da existência" no sentido metafísico e ontológico. O aniquilamento é uma questão separada. Precisa ser estabelecido por outras considerações, como o que a Bíblia revela sobre a imortalidade da alma e a natureza do julgamento. Quando Deus diz: "Nunca vos conheci!" ele não quer dizer: "Ei, de onde você veio? Eu nunca soube que você existia!"

De: email

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