❝[...] As Escrituras ensinam que todas pessoas têm um conhecimento inato de Deus, no sentido de que elas sabem sobre Deus, até mesmo alguns de seus atributos e mandamentos, por instinto ou por intuição, à parte da observação e da experiência.[47] Esse conhecimento reside na mente do homem porque Deus o colocou diretamente nele como uma criatura feita à imagem divina. Apologistas bíblicos às vezes mencionam isso; no entanto, isso é diferente de apelar para a intuição como base para o argumento.
Nosso conhecimento inato de Deus não é estabelecido pela própria intuição, mas pela revelação. Não dizemos: “Temos um conhecimento intuitivo de Deus; portanto, nós de fato temos esse conhecimento, e esse conhecimento é verdadeiro”. Em vez disso, dizemos: “A revelação de Deus me diz que eu tenho um conhecimento intuitivo de Deus; portanto, tenho um conhecimento intuitivo de Deus ”. E dizemos: “A revelação de Deus me diz que meu conhecimento intuitivo de Deus é verdadeiro; portanto, meu conhecimento intuitivo de Deus é verdadeiro ”.
Nós também acrescentamos: “A revelação de Deus me diz que nosso conhecimento intuitivo de Deus tem sido suprimido e distorcido pelo pecado; portanto, embora seja verdade que eu tenho um conhecimento intuitivo de Deus, e embora este conhecimento intuitivo de Deus seja verdadeiro, essa intuição não pode funcionar como uma fonte de minha teologia ou como justificativa para minhas premissas no raciocínio, porque não posso perceber e representar com precisão a informação contida nesta intuição. Pelo contrário, eu preciso da revelação de Deus para me dizer o que este conhecimento intuitivo contém e o que fazer com ele ”.
Quando nos referimos ao nosso conhecimento intuitivo de Deus, estamos falando de uma afirmação feita pela revelação sobre a intuição. Não é uma afirmação feita pela intuição sobre a intuição, e não uma afirmação feita pela intuição sobre a revelação. Nós não tentamos provar a revelação de Deus pela nossa intuição; em vez disso, estamos afirmando o que a revelação de Deus nos diz que conhecemos pela intuição. Esse conhecimento foi suprimido e distorcido pelo pecado, mas sabemos até mesmo isso apenas pela revelação. Portanto, quando falamos sobre intuição e nosso conhecimento intuitivo de Deus, fazemos sobre uma base diferente daquela que refutamos e para um propósito diferente.
Quando nos referimos ao que sabemos por intuição, não fazemos um apelo direto à intuição, mas apelamos ao que Deus nos diz que conhecemos por intuição. No contexto da teologia e da apologética, mencionamos isso como uma das razões pelas quais os pecadores não podem se desculpar. Eles conhecem a Deus por instinto, mas se recusam a reconhecê-lo ou adorá-lo, a crer no evangelho e a obedecer a seus mandamentos. Nós não começamos dizendo que todos conhecem a Deus por intuição, de modo que não há desculpa para a incredulidade; antes, começamos pela revelação e, depois, com base na revelação, dizemos que todos conhecem a Deus pela intuição e, portanto, não há desculpa para a incredulidade. ❞
NOTA DE RODAPÉ:
[47] Veja Vincent Cheung, Systematic Theology, Ultimate Questions e Pressupositional Confrontations.
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Extraído de:
CHEUNG, Vincent. THE AUTHOR OF SIN - Arguing By Intuition. ed. 2014. pp. 53-54.
CHEUNG, Vincent. THE AUTHOR OF SIN - Arguing By Intuition. ed. 2014. pp. 53-54.
Traduzido por:
Cristiano Lima, em 13/07/2018.
Cristiano Lima, em 13/07/2018.
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