O Homem Mais Forte — Vincent Cheung

Mas se eu expulso demônios pelo dedo de Deus, então o reino de Deus já chegou até vocês. Quando um homem forte, bem armado, guarda a sua própria casa, os seus bens estão seguros. Mas quando alguém mais forte o ataca e o vence, tira-lhe a armadura na qual confiava e reparte os seus despojos.

"Aquele que não é comigo é contra mim; e aquele que não ajunta comigo, dispersa. Quando um espírito maligno sai de um homem, ele passa por lugares áridos buscando descanso e, não o encontrando, diz: 'Voltarei para a casa de onde saí'. Ao chegar, encontra-a varrida e em ordem. Então vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, passam a viver ali. E o estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro." (Lucas 11:20-26)

Os opositores de Jesus, especialmente os do estabelecimento religioso, estavam com inveja de seu sucesso e seguidores. Sua pregação desafiava a teologia deles e expunha sua hipocrisia. Seus milagres destacavam sua impotência, mostrando que sua religião consistia em rituais e tradições, e não em verdade e poder. Eles se aproximavam de Deus com os lábios, mas seus corações estavam distantes dele. Assim, seu ministério ameaçava sua imagem e posição na sociedade, e eles procuravam miná-lo a cada oportunidade.

Precisamos de um ministério assim hoje. Muitas pessoas em nossas igrejas e denominações, incluindo os líderes, nunca foram convertidas. Mas mesmo nos crentes genuínos, o pecado continua a agir e, a menos que o Espírito Santo aplique a palavra de Deus em seus corações, a graça divina é abandonada e a energia humana assume o controle, resultando em uma religião sem vida, ritualística e hipócrita, que tem a forma de piedade, mas não o seu poder. Um ministério que se atreva a enfrentar isso deve esperar um tratamento semelhante por parte dos homens do estabelecimento religioso.

Eles disseram que Jesus expulsava demônios pelo poder de Belzebu, o príncipe dos demônios. O Senhor explicou que assim não funciona um reino: "Se um reino estiver dividido contra si mesmo, será arruinado, e uma casa dividida contra si mesma cairá. Se Satanás está dividido contra si mesmo, como seu reino subsistirá?" Esta é uma regra fundamental no estudo das religiões. Existem apenas dois reinos espirituais - o reino de Cristo e o reino de Satanás - um é bom, o outro é mal, e o mal não expulsa o mal. O mal pode cooperar com o mal para enganar, mas nunca há uma oposição genuína entre os poderes do mal.

Jesus continuou: "Mas se eu expulso demônios pelo dedo de Deus, então o reino de Deus já chegou até vocês. Quando um homem forte, bem armado, guarda a sua própria casa, os seus bens estão seguros. Mas quando alguém mais forte o ataca e o vence, tira-lhe a armadura na qual o homem confiava e reparte os seus despojos." A fé cristã expulsa o mal não trabalhando com ele, mas vencendo-o com um poder maior, o poder do Espírito de Deus, ou o poder do reino de Deus. Satanás é o homem forte que capturou o coração do pecador, mas Jesus Cristo é o homem mais forte que o derrota e toma posse.

Este é o contexto para as declarações que se seguiram, primeiro, o versículo 23: "Aquele que não é comigo é contra mim, e aquele que não ajunta comigo, espalha." Como existem apenas dois reinos, um é bom e o outro mau, não há uma zona neutra para nenhum homem ocupar. Até uma atitude passiva é impossível. Um homem que pensa que favorece o bem, ou que até aprova a fé cristã, mas que não quer se incomodar muito com a religião, na verdade pertence ao domínio de Satanás e está trabalhando contra Cristo. Você é cristão ou anticristão. Você está a favor de Satanás ou está contra Satanás, ou seja, contra tudo o que não é cristão.

E esta é a lição nos versículos 24-26. E se Cristo libertar um homem de um demônio, mas o homem permanecer indiferente ao Senhor? E se uma pessoa reformar sua vida apenas pelos princípios éticos da fé cristã, mas se recusar a entregar sua alma a Cristo para a salvação? Indo mais além, e se um homem colocar sua vida em ordem por seu próprio poder de vontade e disciplina, ou pela orientação de seus pais, amigos ou cônjuge? Além disso, não são as religiões não-cristãs que mudam vidas? Elas não reformam assassinos, ladrões, jogadores, bêbados e prostitutas? E os filósofos não-cristãos continuam a avançar argumentos de que o homem pode ser bom sem Deus.

Jesus nos disse o que aconteceria com tal homem: "Quando um espírito maligno sai de um homem, ele passa por lugares áridos buscando descanso e, não o encontrando, diz: 'Voltarei para a casa de onde saí'. Ao chegar, encontra-a varrida e em ordem. Então vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, passam a viver ali. E o estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro."

Quando um homem rejeita a doutrina e o poder de Jesus Cristo, mas tenta reformar a si mesmo ou melhorar sua vida por algum outro princípio, ele se deixa aberto não apenas ao retorno daquilo que foi expulso, mas também a coisas muito piores. O assassino pode voltar a matar, o ladrão pode voltar a roubar, e o bêbado a beber. O que é ainda pior é quando uma pessoa mantém a aparência de uma nova vida, mas agora está cheia de arrogância intelectual ou orgulho religioso e hipocrisia, e endureceu o coração contra a verdade do evangelho. Assim, os fariseus eram pecadores maiores do que as prostitutas e extorsionistas que ouviram alegremente Cristo e se arrependeram ao ouvir sua pregação.

Podemos ser bons sem Deus? Podemos ser salvos por outra religião? Claro que não. Você nem consegue definir o bem sem Deus, quanto mais vivê-lo. Quanto às religiões e sistemas religiosos não cristãos que adotam éticas cristãs sem Cristo, mesmo que consigam arrumar seu comportamento e aparência, você se tornará duas vezes mais filho do inferno do que era antes. Você tinha um demônio antes. Agora tem oito, sete dos quais são mais sinistros do que o anterior. As coisas só vão piorar daqui para frente. Há forças malignas agindo dentro de você. Jesus Cristo é o homem mais forte. Clame por ele, e ele te salvará. Desta vez será real. Desta vez será para sempre.