quinta-feira, 21 de junho de 2018

A SABEDORIA E PODER DE DEUS – Vincent Cheung

"De fato, a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus. Pois as Escrituras Sagradas dizem:
“Destruirei a sabedoria dos sábios e acabarei com o conhecimento dos instruídos.”

Então, o que poderão dizer os sábios e os instruídos? O que vão dizer os grandes oradores deste mundo? Deus tem mostrado que a sabedoria deste mundo é loucura. Pois Deus, na sua sabedoria, não deixou que os seres humanos o conhecessem por meio da sabedoria deles. Pelo contrário, resolveu salvar aqueles que creem e fez isso por meio da mensagem que anunciamos, a qual é chamada de “louca”.

Os judeus pedem milagres como prova, e os não judeus procuram a sabedoria. Mas nós anunciamos o Cristo crucificado — uma mensagem que para os judeus é ofensa e para os não judeus é loucura. Mas para aqueles que Deus tem chamado, tanto judeus como não judeus, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus. Pois aquilo que parece ser a loucura de Deus é mais sábio do que a sabedoria humana, e aquilo que parece ser a fraqueza de Deus é mais forte do que a força humana.

Agora, meus irmãos, lembrem do que vocês eram quando Deus os chamou. Do ponto de vista humano poucos de vocês eram sábios ou poderosos ou de famílias importantes. Para envergonhar os sábios, Deus escolheu aquilo que o mundo acha que é loucura; e, para envergonhar os poderosos, ele escolheu o que o mundo acha fraco. Para destruir o que o mundo pensa que é importante, Deus escolheu aquilo que o mundo despreza, acha humilde e diz que não tem valor. Isso quer dizer que ninguém pode ficar orgulhoso, pois sabe que está sendo visto por Deus.

Porém Deus uniu vocês com Cristo Jesus e fez com que Cristo seja a nossa sabedoria. E é por meio de Cristo que somos aceitos por Deus, nos tornamos o povo de Deus e somos salvos. Portanto, como as Escrituras Sagradas dizem: “Quem quiser se orgulhar, que se orgulhe daquilo que o Senhor faz.”
(1 Coríntios 1: 18-31, NTLH)

A fé Cristã, esta mensagem sobre Jesus Cristo, é uma revelação do poder e  sabedoria de Deus. Os não cristãos não pensam assim porque têm padrões diferentes – padrões falsos e irracionais. Os judeus e os gregos tinham perspectivas diferentes. Um buscava poder respeitado e o outro a suprema filosofia; no entanto,  nenhum dos dois pensava que uma doutrina sobre um homem crucificado pudesse ser a resposta para as questões e problemas da humanidade.

Os não cristãos são essencialmente os mesmos, mas nem todos pensam exatamente da mesma forma. Alguns se inclinam à política; outros enfatizam a economia; e ainda outros pensam que a ciência é a salvadora da humanidade. Então, há outros que percebem que essas coisas são fúteis, mas que a chave está na religião e espiritualidade. Assim, fazem um ídolo e se inclinam diante dele. Alguns   chegam a fazer até quinhentos. Outros tentam um pouco de meditação. Embora pareçam diferir, por seus padrões de julgamento, todos concordam que uma mensagem sobre um homem que foi pregado numa cruz não pode ser a única e definitiva solução para todos os males humanos. Claro, se eles não pensassem assim, eles já seriam cristãos.

Os não cristãos usam padrões errados de julgamento porque, apesar de se acharem espertos, na realidade são todos estúpidos. E embora pensem que são intelectualmente honestos,  na verdade, são todos hipócritas delirantes. Eles acham que não precisam de Deus para lhes dizer qualquer coisa. Se algo existir, eles o descobrirão por seus próprios métodos. Se algo é verdade, eles descobrirão por sua própria sabedoria. Mesmo Deus, insistem eles, não pode se esconder deles. Eles supõem que, se não podem descobrir ou entender algo, então em primeiro lugar, esse algo não pode existir. Assim, se consideram o ponto de referência final para todo pensamento e investigação, o centro de toda a existência.

Isto é notavelmente similar àqueles teólogos que declaram que certas doutrinas bíblicas estão além da compreensão humana; mas incompreensíveis às nossas mentes humanas finitas, não porque haja evidência bíblica afirmando isso, mas porque eles mesmos não podem entender essas doutrinas. Em outras palavras, eles seguem a sabedoria demoníaca dos não cristãos ao se tornarem o ponto de referência final para todo pensamento e investigação, o centro de toda a existência, e o próprio padrão do que é possível ao intelecto humano. Se não conseguem entender alguma coisa, isso significa que nenhum homem em toda a história pode entendê-la. Isso é o que eles chamam de humildade! Em todo caso, os não cristãos chamam o evangelho de tolice, não porque o evangelho é de fato tolice, mas porque são tão estúpidos e egocêntricos que não reconhecem a sabedoria de Deus. E o que esses incrédulos chamam de absurdo e tolice, os teólogos chamam de mistérios e paradoxos. Assim, os não cristãos abertamente blasfemam, e os teólogos fazem o mesmo, mas se escondem atrás de eufemismos. Estes são alguns dos mais odiosos e destrutivos encrenqueiros da igreja.

Tudo isso é pelo desígnio de Deus. Já que os não cristãos e os 'cristãos' que seguem seus modo de pensar, recusam-se a se humilhar e aprender de Deus, mas fazem do intelecto não renovado o juiz de todas as coisas, “Deus em sua sabedoria providenciou para que o mundo nunca o conhecesse através da sabedoria humana ”. Deus cuida para que os não cristãos nunca tenham sucesso, mas para que sempre se afundem em perpétua especulação e confusão. E, em vez de permitir que os teólogos compreendam a simplicidade e a coerência da fé, Ele os leva a aprofundar-se cada vez mais em mistérios, paradoxos e absurdos. Eles reivindicam honrar a Deus com suas mentes, mas se recusam a aceitar o que Deus ensina, e a reconhecer a inerente coerência e perfeição da sua revelação.

Então Deus zomba deles. Ele os faz de tolos. Permite que não cristãos busquem suas ciências e filosofias, mas todas essas falácias compostas a partir de falácias, resultam em absurdos. Ele garante que eles nunca O conhecerão por seus próprios métodos e poderes. Porém, uma vez que Deus é o Princípio mais básico de toda a realidade, isso significa que, por suas ciências e filosofias, os não cristãos nunca poderão descobrir a verdade sobre a realidade. Eles acham que a ciência é um contato direto com a realidade, mas a verdade é que ela não tem nenhum contato inteligente com ela. Pensam que sua filosofia é um exercício da razão, mas a verdade é que ela está completamente fora de contato com o real e o racional; e há apenas o fogo do inferno no final. Deus observa e zomba deles.

Então, Ele permite que os teólogos cristãos se gabem de sua finitude e confusão. Em vez de aprender a verdade e ensiná-la ao povo de Deus em toda a sua simplicidade e perfeição, eles fazem do evangelho um espetáculo de magia. Aqui um mistério, há um paradoxo e em toda parte uma contradição. Agora eles acreditam nisso, então eles acreditam no oposto, e então acreditam em ambos ao mesmo tempo! Eles culpam a Bíblia e afirmam que a ela ensina os dois lados de uma contradição. A verdade é que a Bíblia ensina apenas um lado, mas eles também querem acreditar no oposto, e assim querem afirmar ambos. Deus declara um ensinamento em proposições simples e diretas, e eles imediatamente o obscurecem com slogans religiosos, até que o sibilo da serpente abafa a voz do pastor. Eles se recusam a entrar no local de descanso e clareza, e não deixam outros entrarem. O mundo observa e zomba deles. Os teólogos se levantam e se defendem, mas nem sequer sabem qual é o caminho para cima ou para baixo, ou talvez ambos estejam para cima e para baixo – porque não podem fazer sentido e se orgulham disso – o mundo ri e se endurece em sua incredulidade. Este é o castigo de Deus contra os teólogos e contra uma igreja que os admira.

Deus diz aos não cristãos: “Você acha que é tão inteligente. Vou me certificar de que sua esperteza nunca toque a verdade. Eu apresentarei a verdade de uma maneira que ofenda suas suposições intelectuais. Você acha que é tão poderoso. Eu me certificarei de que seu poder nunca alcance nada que valha a pena. Eu manifestarei meu poder de uma maneira que você considerará como uma fraqueza extrema. Eu me certificarei de que você nunca alcançará a salvação, de qualquer maneira que seja confortável para o seu pensamento”. Assim, a história dos não cristãos é uma história de fracasso, e também de autoilusão em relação ao seu sucesso e progresso. Eles zombam do evangelho, mas o evangelho é a única coisa – a única coisa – que poderia salvá-los. Então em resposta Deus zomba deles, mostrando-lhes o que eles não esperariam, e o que recusariam. Ele os faz sofrer sua própria zombaria, tornando o caminho da salvação algo que eles não poderiam aceitar. E o que acontece com aqueles pregadores e teólogos que fingem ser especialistas, mas zombam da fé Cristã? Deus zomba deles e os embaraça perante o mundo. O cristão que tem um coração puro, como uma criancinha, e que não se importa se alguém é reverendo a isso ou doutor aquilo, exclama: “Olhem, os teólogos estão nus!

“Deus escolheu aquilo que o mundo acha que é loucura; e, para envergonhar os poderosos, ele escolheu o que o mundo acha fraco. Para destruir o que o mundo pensa que é importante”.
Vemos isso em tantas coisas que Deus faz. Os não cristãos estimam o poder e a sabedoria humanos, mas Deus colocou suas únicas esperanças na Cruz. Os judeus confiavam em sua ancestralidade natural e em seu próprio esforço, mas Deus salvou os não judeus por Jesus Cristo através da fé. Alguns são educados e influentes, mas Deus escolheu os fracos do mundo, encheu-os de seu Espírito e os separou para desafiar os poderes humanos e pregar sua mensagem.

Há aqueles que afirmam ser cristãos, mas que têm problemas com a doutrina da inspiração da Escritura. Eles pensam que são honestos e pensantes, mas na realidade são hipócritas não cristãos que fingem ser cristãos. Deus compilou seus pensamentos em um livro, registrado por homens que o mundo desprezou, mas que foram compelidos pelo seu Espírito. Os eruditos professam buscar sabedoria, mas se recusam a ouvi-la de Deus. Assim, Ele coloca diante deles o mais poderoso e o único sistema intelectual verdadeiro existente – a mesma coisa que eles supostamente buscam, a busca de sua vida e o santo graal de todos os intelectuais – e eles são incapazes de aceitá-lo.

Novamente, "Deus em sua sabedoria fez com que o mundo nunca o conhecesse através da sabedoria humana". O tesouro é protegido à vista de todos. A fé Cristã é um testemunho contra a insensatez e a desonestidade dos não cristãos. E expõe aqueles que se infiltram na igreja e fingem ser um de nós. Um não cristão não pode verdadeiramente aceitar a doutrina da inspiração da Escritura, ou a divindade de Cristo, ou a expiação. Ele sempre verá a revelação de Deus como errada e tola. Se ele se forçar para professar a fé, sempre verá mistérios, paradoxos e contradições. Ele sempre verá problemas. Ele sempre verá algo que não está contido nela. E quando os cristãos oferecerem soluções, ele as recusará, mesmo que não possa refutá-las. Este é o desígnio de Deus.

Os não cristãos, que são eles mesmos tolos, não sabem julgar ou distinguir entre a verdade e o erro. Eles consideram o que é bom como o mal e o que é mau como bom. E consideram o que é sábio como tolo e o que é tolo como sábio. Os cristãos eram ao mesmo tempo não cristãos e sujeitos à mesma confusão. Mas Deus dá discernimento àqueles a quem Ele deseja salvar de sua ira, de modo que eles agora percebem a fé Cristã como o que ela realmente é – o próprio poder e sabedoria de Deus. Eles percebem que não há imperfeição na fé Cristã, nem mesmo aparentes. Não há nada que a confunda ou a mistifique. Existe apenas verdade, beleza e poder supremos. Um teólogo disse que todas as doutrinas bíblicas terminam em paradoxo, embora ele não apresentasse nada que de imediato não pudesse ser resolvido. Isto não é um sinal de sabedoria e reverência, mas de profunda incredulidade, depravação e incompetência intelectual. Como cristão, vejo nelas apenas simplicidade, coerência e perfeição.

Traduzido de http://www.vincentcheung.com/2011/01/04/the-wisdom-and-power-of-god/  por Cristiano Lima

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