[Adaptado de uma declaração inédita sobre a doutrina da Escritura.]
A Bíblia consiste nos 66 livros do Antigo e Novo Testamento. Eles foram produzidos por inspiração divina, e coligidos e preservados pela providência de Deus, de forma que operam em conjunto e são mencionados com uma única obra.
A Bíblia é a revelação verbal de Deus. É sua voz. Todas as palavras da Bíblia foram inspiradas e expiradas por Deus. Ele fez homens registrarem as palavras exatas que desejava usar para comunicar seus pensamentos.
A palavra é um símbolo, e um símbolo pode representar uma ideia ou um conjunto de ideias. Portanto, a linguagem humana é suficiente para comunicar qualquer coisa procedente de Deus ou referente a ele. Qualquer limitação deve jazer na capacidade humana de pensar ou processar as ideias comunicadas por Deus.
Pelo fato de Deus ter criado o homem à sua imagem, o homem conta com a capacidade de pensar ou processas as ideias comunicadas por Deus.
A Escritura é coerente e consistente. É uma unidade. Cada documento é integralmente coerente, e todos os documentos concordam entre si. Ela não contém contradições lógicas, paradoxos ou antinomias reais ou aparentes. A percepção de uma aparente contradição significa que se trata apenas de uma ilusão — um produto da mente humana —, e não de uma característica do texto.
A Escritura é infalível e inerrante. Da mesma forma que Deus não mente nem erra, a Bíblia — que é a própria voz de Deus e cujas palavras são as próprias palavras de Deus — não mente nem erra. A Bíblia não pode conter, nem contém, erros, quer em relação a questões espirituais, históricas ou de outra natureza. Ela está certa em todas as suas afirmações e inferências. A pessoa que considera qualquer porção da Escritura falível ou errada não tem motivo para se dizer cristã. Depois de ser bastante admoestada e advertida, ela deve ser considerada réproba e excomungada.
A Escritura detém autoridade. Ela é mais que um instrumento, é a própria voz de Deus. Sua autoridade é idêntica à autoridade de Deus. Não há diferença entre um pronunciamento de Deus e um pronunciamento da Bíblia, e não há diferença entre a obediência a Deus e a obediência à Bíblia. Crer em um e lhe obedecer equivale a crer no outro e obedecer-lhe.
A Escritura é perspícua. Ela é de forma geral clara e de fácil entendimento. A Bíblia comunica sua mensagem com eficiência a todos os tipos de homens em tempos e culturas diferentes. Ela se caracteriza pelo fundamento da simplicidade de pensamento e linguagem de tal forma que é possível a qualquer pessoa com capacidades básicas, sem o auxílio de outros homens, lê-la e aprender dela os princípios centrais da fé cristã, incluindo-se o conhecimento necessário e suficiente para a salvação.
A Escritura é suficiente. Ela contém a informação necessária à salvação, ao progresso espiritual e orientações pessoais — todo o necessário para alguém viver de forma plenamente agradável a Deus. Ela contém a informação necessária à cosmovisão completa, o conceito verdadeiro da realidade, do conhecimento, da ética e de outras questões. Revelações extrabíblicas, como visões e profecias, são desnecessárias; no entanto, a Escritura não declara sua cessação. Deus ainda as pode conceder quando lhe aprouver, mas todas as alegações concernentes a revelações extrabíblicas devem ser testadas, e os falsos profetas devem ser excomungados.
A Escritura autentica a si mesma. Ela se sustenta pela excelência e suficiência de seu conteúdo, e independe de promessas alheias. O sistema de crença cristã recebe a Escritura como primeiro princípio. O restante do sistema se segue por meio de deduções válidas. Este primeiro princípio se prova verdadeiro, e todas as proposições válidas, deduzidas dele, também são verdadeiras. Pelo fato de a Escritura ser verdadeira, e visto que ela contradiz e condena todos os outros sistemas de pensamento, a fé cristã é a única religião, filosofia ou cosmovisão verdadeira.
Tradução: Rogério Portella
Via: Monergismo
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