sábado, 16 de fevereiro de 2019

A IMUTABILIDADE DE DEUS — Vincent Cheung


A IMUTABILIDADE de Deus segue da sua eternidade. Como não há "antes" ou "depois" em Deus, Ele permanece o mesmo em seu ser e caráter. Esse atributo também está associado à sua perfeição. Se Deus é perfeito em todos os sentidos, então qualquer mudança nele deve ser para pior. Mas uma vez que Ele é imutável, Ele não pode mudar para pior. E uma vez que Ele já é perfeito em todos os sentidos, Ele não precisa mudar ou se desenvolver.

Salmo 102.25-27 diz que, ainda que o universo físico sofra decadência e pereça, Deus permanece o mesmo:

     No princípio firmaste os fundamentos da terra, e os céus são obras das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; envelhecerão como vestimentas. Como roupas tu os trocarás e serão jogados fora. Mas tu permaneces o mesmo, e os teus dias jamais terão fim.

Deus diz em Malaquias 3.6: “eu, o SENHOR, não mudo.” E Ele diz em Isaías 46:11: " “O que eu disse, isso eu farei acontecer; o que planejei, isso farei”, e o Salmo 33.11 traz: “os planos do SENHOR permanecem para sempre, os propósitos do seu coração por todas as gerações”. Números 23:19 diz: “Deus não é homem para que minta, nem filho do homem, para que se arrependa. Acaso ele fala, e deixa de agir? Acaso promete, e deixa de cumprir?”. E Tiago escreve que Deus não “muda como sombras inconstantes” (Tiago 1.17). Deus permanece o mesmo não apenas em seu ser e caráter, mas também em todos os seus pensamentos e decretos.

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Extraído de:
CHEUNG, Vincent. Systematic Theology. ed. 2010.

Traduzido por:
Cristiano Lima

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

A ASEIDADE DE DEUS — Vincent Cheung


Deus é um ser sem causa, e uma vez que Ele é o criador, sustentador e controlador de todas as coisas, Ele existiu antes de todas as coisas. Ele sustenta seu próprio ser e não depende de nada. Esta é a ASEIDADE de Deus, às vezes chamada de sua AUTOEXISTÊNCIA ou INDEPENDÊNCIA. Ele existe "de si mesmo", [31] e não depende de nada fora de si para a sua existência. Deus é autocontido e não existe por algum poder exterior, mas por sua própria natureza.

A Bíblia diz que "o Pai tem vida em si mesmo" (João 5:26), mas nossa existência depende da vontade e do poder de Deus: "Porque nele vivemos, movemos e temos nosso ser" (Atos 17:28). Apocalipse 4:11 diz: "Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas". Paulo diz em Atos 17:25 que Deus "não é servido por mãos humanas, como se ele precisasse de alguma coisa", mas que ele é aquele que "dá a todos os homens a vida e a respiração e tudo mais".

NOTA DE RODAPÉ:

[31] Anselmo: “Mas o que Tu és senão aquele ser supremo, existindo por meio de Ti Mesmo apenas, que fez tudo o mais do nada?”; Anselmo de Canterbury: The Major Works; p. 89.

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Extraído de:
CHEUNG, Vincent. Systematic Theology. ed. 2010.

Traduzido por:
Cristiano Lima

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

A ESTRATÉGIA PARA A APOLOGÉTICA BÍBLICA — Vincent Cheung

"O cristão usa tanto a argumentação positiva quanto negativa para defender sua fé e confundir os não cristãos."
( http://cheungspublicacoes.blogspot.com/2018/12/a-estrat-para-apolog-b-vincent-cheung.html )

Na argumentação positiva: "[...] o cristão pode empregar os argumentos transcendentais e pressuposicionalistas para defender sua fé e destruir a posição do não cristão."
( http://cheungspublicacoes.blogspot.com/2018/12/a-estrat-para-apolog-b-vincent-cheung.html )

O Argumento Transcendental consiste em "discutir que dado qualquer Y"; ... "onde Y é um fato indisputável sobre nós e nossa vida mental (por exemplo, que temos experiências, usamos a linguagem, fazemos certos julgamentos, temos certos conceitos, realizamos certas ações, etc.)," "a precondição necessária X é a cosmovisão bíblica".
( http://cheungspublicacoes.blogspot.com/2018/07/o-argumento-transcendental-vincent.html )

O argumento pressuposicionalista consiste em tomar "a revelação bíblica como seu primeiro princípio autoautenticador." E "a partir desse primeiro princípio da revelação bíblica, o restante do sistema segue por necessidade através de deduções válidas. Uma vez que o primeiro princípio se confirma como verdadeiro, todas as proposições validamente deduzidas dele também são verdadeiras. Uma vez que a revelação bíblica condena todos os outros sistemas de pensamento, e tudo o que ela diz é verdade, a fé cristã é, portanto, o único sistema de pensamento verdadeiro e o padrão pelo qual toda proposição é julgada. O método é semelhante ao racionalismo, mas há diferenças importantes.
( http://cheungspublicacoes.blogspot.com/2018/12/o-argumento-pressuposicionalista.html )

Na argumentação negativa:

"Nós afirmamos que a ciência é irracional, de modo que ela falha como um meio de descobrir a verdade sobre a realidade, mas também podemos mostrar que o raciocínio científico favorece a fé cristã mais do que qualquer outra cosmovisão, e inflige danos a crenças e valores não cristãos. Podemos formular argumentos históricos contra os não cristãos, sabendo que seu método de investigação histórica impede qualquer conhecimento de história em primeiro lugar. Esse é o aspecto negativo da apologética bíblica e pode acomodar argumentos empíricos e científicos. Novamente, esses argumentos não podem demonstrar a verdade positiva sobre qualquer coisa, mas eles podem mostrar que os não cristãos assumem premissas que militam contra si mesmos."
( http://cheungspublicacoes.blogspot.com/2018/12/a-estrat-para-apolog-b-vincent-cheung.html )

A NECESSIDADE DE DEUS — Vincent Cheung

Examinaremos outros atributos divinos, começando com aqueles que elaboram a forma da existência de Deus ou seus atributos metafísicos. A NECESSIDADE de Deus é um desses atributos. Refere-se ao fato de que Ele existe por necessidade lógica.

Quando a Bíblia fala sobre "Deus", ela não se refere a alguma divindade genérica, mas sua ideia de Deus é específica e claramente definida. E quando um cristão diz: "Deus existe", ele não deveria ter em mente uma ideia geral de algum ser supremo, mas ele deveria ter em mente o Deus que a Bíblia fala, e ele deveria crer que esse Deus é como a Bíblia diz que Ele é. Caso contrário, o que ele diz não corresponderia à Bíblia em cuja base ele faz a declaração. Assim, os cristãos não devem tentar defender um teísmo geral, mas uma ideia bíblica definida de Deus.

Na verdade, não existe tal coisa como um teísmo geral, uma vez que qualquer perspectiva teísta está sempre ligada a uma cosmovisão  para que haja o teísmo cristão, o teísmo islâmico e outras variedades. 
Todos eles discordam sobre em que consiste o Deus "teísta". Portanto, uma pessoa não pode argumentar apenas em prol do teísmo para tornar todas as religiões teístas possíveis, e então prosseguir para defender outras reivindicações dentro de uma cosmovisão teísta particular. Visto que cada cosmovisão tem uma visão única de Deus, deve-se argumentar sobre sua própria visão de Deus (que já significa que ele deve defender sua cosmovisão como um todo), e não um Deus geral que várias cosmovisões podem aceitar, porque não existe tal coisa. Portanto, estabelecer a existência do Deus cristão não serve ao Islã nem aos interesses mórmons em tudo. De fato, estabelecer a existência do Deus cristão automaticamente refuta o Islã e o Mormonismo, já que suas visões de Deus são incompatíveis.

Deus existe em todos os mundos possíveis. Um "mundo possível" é a realidade como poderia ser, na qual qualquer ser ou evento contingente pode ser diferente. Por exemplo, é possível que uma determinada pessoa seja mais alta do que ele é, e é possível que um determinado carro seja vermelho em vez de verde. Qualquer realidade que não contenha uma contradição é um mundo possível; isto é, possível em relação à imaginação (como no que é concebível na mente), e não em relação ao decreto de Deus (como no que Deus determinou de fato). Uma vez que o decreto de Deus determinou todas as coisas, de modo que nada pode ser diferente do que foi determinado, a partir desta perspectiva apenas uma realidade é possível. Em qualquer caso, uma declaração como 2 + 2 = 4 é verdadeira em todos os mundos possíveis, e 1 + 1 = 10 é falsa em todos os mundos possíveis. Dizer que a existência de Deus é uma necessidade lógica significa que a proposição "Deus não existe" implica uma contradição nesta e em todas as outras realidades possíveis. Essa conclusão é a implicação necessária da descrição bíblica dos atributos de Deus e da relação de Deus com sua criação.

Algumas pessoas afirmam que Deus não existe por necessidade lógica, mas apenas por necessidade factual em nossa realidade. Uma vez que a nossa alegação é que Ele existe por necessidade lógica em todos os mundos possíveis, concordamos que Ele também existe por necessidade factual nesta realidade. Contudo, dado o que sabemos ser verdadeiro sobre Deus, é inadequado dizer que Ele existe apenas por necessidade factual nesta realidade, e que Ele pode não existir por necessidade lógica em outros mundos possíveis. O argumento pressuposicionalista e o argumento transcendental tornam qualquer realidade inconcebível, a menos que a cosmovisão cristã seja pressuposta.

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Extraído de:
CHEUNG, Vincent. Systematic Theology. ed. 2010.

Traduzido por:
Cristiano Lima






domingo, 10 de fevereiro de 2019

FILOSOFIA E AUTOCONHECIMENTO — Vincent Cheung

Uma filosofia bíblica nunca resultará em uma negação do autoconhecimento prometido pelo evangelho bíblico. Nunca o enfraquecerá nem um pouco. Uma filosofia bíblica garantirá o autoconhecimento prometido pelo evangelho bíblico. Afirmará como certo — além de qualquer dúvida — o autoconhecimento afirmado por uma teologia bíblica.

Os otakus cristãos ainda se maravilham sobre isso, e alguns deles exigem respostas de mim, mesmo que eu nunca tenha pertencido ao campo que é o alvo do desafio. Eu sempre insisti — em toda a extensão e sem reservas — no conhecimento e a segurança que a Bíblia promete. A Bíblia nos ensina que o Espírito testifica com nossos espíritos que somos filhos de Deus e por Ele clamamos: “Abba, Pai”. Aqueles em meu círculo experimentaram isso no primeiro dia em que nos tornamos cristãos, e aprendemos sobre isso a partir das Escrituras provavelmente na primeira semana ou mais.

Esse autoconhecimento é garantido pela Bíblia e gerado pelo Espírito. Não há problema com a epistemologia, e nenhum problema com as limitações das faculdades e métodos humanos, porque não é algo que realizamos ou algo que descobrimos, mas é algo que o Espírito causa e algo que ele executa a parte do nosso esforço. Esse conhecimento privado não é empregado para discussões públicas, mas ainda temos esse conhecimento privado. É um fato do evangelho. Se sua filosofia nega isso, sua filosofia pode queimar no inferno.

As pessoas têm tropeçado nisso. Os católicos carecem de segurança por suas próprias razões, mas para começar, eles não deveriam ter segurança, porque eles não são cristãos. Seguindo os católicos, os puritanos, os reformados, vários outros evangélicos e alguns fanáticos por filosofia cristã, também não têm segurança, porque tropeçam em suas próprias tradições e teorias. Isso é totalmente patético. O otaku teológico estuda vorazmente, debate interminavelmente, mas nunca chega a um conhecimento da verdade. Claro que temos autoconhecimento. Claro que temos certeza de salvação. Podemos ter todo o conhecimento que a Bíblia diz que podemos ter. Qualquer coisa mais fraca do que isso é uma filosofia e uma religião anticristãs.

Extraído e traduzido de:
 https://www.vincentcheung.com/2016/10/25/philosophy-and-self-knowledge/ por: Cristiano Lima, 10/02/2019