domingo, 15 de janeiro de 2023

TRANSGRESSÃO: você certamente morrerá

E o Senhor Deus ordenou ao homem: “Você pode comer de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque quando você comer dela, certamente morrerá”.  (Gênesis 2:16-17)

Deus criou o universo, os planetas, a vida vegetal e os animais.  Depois disso, ele criou o homem e a mulher e os colocou no Éden para trabalhar no jardim.  E Deus emitiu uma ordem de que eles eram livres para comer de qualquer árvore do jardim, mas não deveriam comer da árvore do conhecimento do bem e do mal e que, quando comessem dela, certamente morreriam.

 Aqui vislumbramos a essência da relação original entre Deus e o homem.  Primeiro, foi fundada na comunicação verbal — Deus falou ao homem.  Ele falou com o homem em termos que transmitiam ideias definidas, tanto concretas quanto abstratas, como identidade pessoal ("você"), alimentação, árvores, jardim, conhecimento, bem e mal, tempo ("quando você comer") e morte.  Em segundo lugar, era um relacionamento íntimo, mas desigual.  O homem se beneficiou da provisão e generosidade de Deus, mas também funcionou sob a autoridade de Deus, que impôs restrições às atividades do homem.  O padrão de certo e errado repousava exclusivamente na autoridade de Deus, não como algo fora dele, mas idêntico à sua vontade e expresso em suas instruções e mandamentos.

 Algumas tradições teológicas sustentam que a ordem de Deus a Adão envolvia ou equivalia a uma aliança.  Que essa aliança declarou um período de provação para o homem, de modo que, se ele se mostrasse obediente, herdaria a vida eterna, mas se se mostrasse desobediente, herdaria a morte eterna.  No entanto, não há indicação de provação nas instruções de Deus a Adão.  E não há promessa de promoção para uma vida superior após um período de obediência.  Tampouco há qualquer vestígio do estabelecimento de uma aliança.  A doutrina é uma invenção humana e deve ser descartada.

 Pelo relato de Gênesis, parece que ou Satanás assumiu o controle de uma serpente e falou por meio dela, ou assumiu a forma de uma serpente e falou.  Ele tentou Eva a transgredir a ordem de Deus.  Eva e o restante das Escrituras mais tarde descreveriam seu esforço como engano.  Ele mentiu para ela.  As tentações são caracterizadas por falsas doutrinas e falsas promessas.

 A tentação envolve persuasão, que é uma forma de comunicação.  Essa comunicação é diferente da causação e, em si mesma, não carrega o poder da causação.  Satanás persuadiu Eva a pecar, mas não a fez pecar, pois somente Deus tem o poder de controlar a alma humana.  Da mesma forma, Satanás tentou a Cristo.  Ele não poderia levar Cristo a pecar, mas é corretamente dito que ele tentou a Cristo.  Assim, Satanás é o tentador, mas não o autor do pecado.  A Bíblia o chama de "pai" da mentira, mas isso é dito em um sentido relacional, pois já se sabe que Satanás é uma mera criatura.  Ele é o principal representante do pecado, mas isso não quer dizer que ele tenha o poder de causar o pecado no sentido metafísico, porque somente Deus tem o poder de causar qualquer coisa neste último sentido.

 Alguém certa vez desafiou essa visão recusando-se a reconhecer uma distinção entre comunicação e causalidade.  A conversa foi confusa porque ele consistentemente empregou as ideias de tentação e persuasão como se sempre tivessem sucesso.  Para ele, o resultado foi que, se Deus não é o tentador, também não pode ser o autor do pecado.  No entanto, se ele estiver correto — se devemos identificar a comunicação com a causalidade e a tentação de pecar com a causa para pecar — então ele deve rejeitar o relato bíblico da tentação de Cristo.  A Bíblia diz que Satanás tentou a Cristo, mas Cristo não pecou.  Mas se a tentação (persuasão para pecar) é identificada com a causalidade, de modo que a tentação sempre é bem-sucedida, então ou Cristo pecou quando foi tentado, ou nunca foi tentado em primeiro lugar.  Para que essa pessoa mantenha sua definição particular e estranha de tentação, ela deve chamar Cristo de pecador ou a Escritura de mentirosa, e assim se tornar um não cristão e se entregar ao fogo do inferno.

Satanás mentiu para Eva e, em vez de seguir a ordem de Deus, ela sucumbiu e comeu do fruto proibido.  Ela deu um pouco a Adão, que, embora não tenha sido enganado, também comeu do fruto.  Assim, o homem e a mulher pecaram e, quando o fizeram, mudaram em si mesmos e em seu relacionamento com Deus.  Como Deus previu, seus espíritos morreram imediatamente — a luz divina foi apagada — e seus corpos também pereceriam com o tempo.

 Quando ouviram Deus andando no jardim, esconderam-se dele.  Este é um insight tremendo.  Desde então, os pecadores inventaram métodos sofisticados para escapar dessa realidade, mas o motivo básico e o propósito são os mesmos.  Eles têm pavor de Deus e querem se esconder dele, mas são estúpidos e desonestos demais para admitir que não podem.  Eles podem ter se tornado barulhentos e orgulhosos, mas em seus corações eles ainda são como galinhas assustadas correndo para se esconder.  Eles correm para a incredulidade, falsas religiões e vários sistemas de pensamento e vida para aliviar seu medo, apaziguar sua consciência, para manter a aparência de que estão fazendo algo bom ou espiritual.

 Nossa mensagem aos não cristãos começa assim: Deus é o criador e governante da humanidade, mas você transgrediu seu mandamento e certamente morrerá.  Você pode reclamar o quanto quiser, mas ele está vindo atrás de você.  Ele está vindo para pegá-lo e puni-lo.  Você pode correr e se esconder, mas ele sabe onde você está e sabe o que você fez.  De acordo com sua justiça perfeita, ele o jogará em um lago de fogo e fará com que você sofra dores extremas e sem fim.  Lá você gritará, mas não haverá ajuda nem escapatória.  Você implorará pela morte, mas, infelizmente, você já morreu.  Oh, não cristão, fraco e estúpido.  Você não pode salvar a si mesmo.  Ó, incrédulo, condenado às chamas!  Você não deve esperar.  Hoje é o dia da salvação.  Há uma maneira de escapar da condenação.  Você quer?  Você aceita?