quinta-feira, 6 de setembro de 2018

A INFALIBILIDADE DA ESCRITURA – Vincent Cheung

A inspiração e a unidade da Escritura implicam a infalibilidade da Escritura. A Bíblia não contém erros; ela está correto em tudo o que afirma. Uma vez que Deus não mente ou erra, e a Bíblia é a sua palavra, segue-se que tudo o que nela está escrito é verdadeiro. Como Jesus diz, "a Escritura não pode ser anulada" (João 10:35), e que "é mais fácil o céu e a terra desaparecerem do que cair da Lei o menor traço." (Lucas 16:17).

A INFALIBILIDADE da Escritura refere-se à impossibilidade de erro ou incapacidade de errar – a Bíblia não pode errar. A primeira refere-se ao potencial, enquanto a segunda aborda o real estado das coisas. Agora, é possível que uma pessoa seja falível, mas produza um texto livre de erros. A possibilidade de erro não garante o erro. Pessoas que são capazes de cometer erros não cometem erros constantemente. Assim, a infalibilidade implica inerrância, mas a inerrância não implica necessariamente infalibilidade. Portanto, estritamente falando, infalibilidade é a palavra mais forte, e implica inerrância, mas às vezes as duas são intercambiáveis ​​no uso. Em todo caso, uma vez que a nossa posição é que a Bíblia não pode errar e que ela não erra, nós dizemos que ela é infalível e inerrante.

Há aqueles que rejeitam a inerrância da Escritura, mas ao mesmo tempo desejam afirmar, em certo sentido, a perfeição de Deus e que a Bíblia é sua palavra, e assim eles mantêm a estranha posição de que a Bíblia é infalível, porém errante. Em outras palavras, a Bíblia não pode conter erro, mas contém erro. Isso é absurdo e impossível. Às vezes, o que eles querem dizer é que a Bíblia é infalível em um sentido, talvez quando fala de coisas espirituais, enquanto contém erros em outro sentido, talvez quando se trata de assuntos históricos. No entanto, as afirmações bíblicas sobre as coisas espirituais estão inseparavelmente vinculadas às afirmações bíblicas sobre a história, de modo que é impossível afirmar uma e rejeitar a outra.

Por exemplo, é impossível separar o que a Escritura diz sobre a ressurreição de Cristo como um evento da história e o que ela diz sobre o significado espiritual desse evento. Se a ressurreição não aconteceu como a Bíblia diz que aconteceu, então o que ela diz sobre seu significado espiritual pode não ser verdade. E se o que diz sobre seu significado espiritual é verdadeiro, então também deve ser afirmado que a ressurreição aconteceu como a Bíblia diz que aconteceu. Isso ocorre porque o significado espiritual da ressurreição depende de sua historicidade, de que Jesus Cristo morreu em seu corpo físico e foi sepultado, mas foi fisicamente ressuscitado dos mortos e ascendeu à destra de Deus.

Aqueles que rejeitam a infalibilidade e inerrância bíblicas não têm nenhum princípio epistemológico de autoridade pelo qual possam julgar que uma parte da Escritura seja verdadeira e outra parte seja falsa. Uma vez que a Bíblia é a única fonte objetiva de informação a partir da qual o sistema cristão é construído, uma pessoa que considera qualquer parte da Escritura como falível ou errante deve rejeitar todo o cristianismo. E, consequentemente, podemos rejeitar sua reivindicação de ser um cristão.

Uma pessoa não pode questionar ou rejeitar a autoridade última de um sistema de pensamento e ainda reivindicar lealdade a ele, uma vez que a autoridade última em qualquer sistema define e produz todo o sistema.
Quando uma pessoa questiona ou rejeita a autoridade última de um sistema, ele não é mais um adepto do sistema, mas é alguém que adere ao princípio pelo qual questiona ou rejeita a autoridade última do sistema que abandonou. Ter uma autoridade última que não seja a Escritura é rejeitar a Escritura, uma vez que a própria Bíblia reivindica ser infalível e definitiva. Portanto, uma pessoa que rejeita a infalibilidade e inerrância bíblicas assume a posição intelectual de um não cristão, e deve proceder para defender e justificar sua cosmovisão contra os argumentos do cristão para a verdade da fé bíblica.

Confusão permeia o clima teológico atual; portanto, é melhor afirmar explicitamente a infalibilidade e a inerrância bíblicas e explicar o que queremos dizer com esses termos. Deus é infalível e, visto que a Bíblia é sua palavra, ela não pode e não contém erros. Afirmamos que a Bíblia é infalível em todos os sentidos do termo e, portanto, também deve ser inerrante em todos os sentidos do termo. A Bíblia não pode e não contém erros, quer ela esteja falando de assuntos espirituais, históricos ou outros. Ela está correta em tudo o que afirma.

_________________
Extraído de:
CHEUNG, Vincent. Systematic Theology. ed. 2010. pp. 24-25.

Traduzido por:
Cristiano Lima, em 06/09/2018.

Nenhum comentário:

Postar um comentário